sexta-feira, 20 de novembro de 2009

FL

Entrei no quarto apressando o passo e sem conseguir respirar. Deixei a porta destrancada no desespero e logo abaixei as anáguas, ergui o hábito, tirei a calcinha e verifiquei. Um líquido transparente escorria pelas pernas e enxaguava a virilha. Aquilo não podia ser normal, Deus, agora só de vê-la eu começo a vazar?
Corri um corredor inteiro, evitei olhares, de cabeça baixa e de coração fervendo, passei por todas as irmãs sem dar satisfação da minha expressão de angústia. Minha cabeça rodava ao pensar que aquilo fosse algo do demônio. Eu a vi. Só a vi! Por um momento imaginei como seria tocar sua pele, e, de repente, senti um enorme aperto, um trimilique, suor frio e percebi que minha calcinha se enchia de algo que eu não sei o que é.
Me toquei devagar pra saber de onde saia aquela gosma. Quando ia procurando, ia lembrando da sensação inteira de imaginá-la até meu coração disparado e minha calcinha toda molhada. Era o maior dos pecados o que eu cometia ao gostar da situação. Fui testando minha imaginação, me tocava e pensava nela. O liquido continuava saindo e percebi que meus pelos estavam eriçados enquanto ela dançava na minha cabeça. Sua pele, seu cheiro, imaginei seus cabelos no meu corpo, meu corpo a pressionando, nossas pernas juntas... ela podia querer saber porque eu ficava assim, eu queria saber também .
Tranquei a porta por fim, seria o fim que alguma freira velha me visse semi-despida, me descobrindo e pensando nela. Eu ia deslizando meus dedos em minha virilha, brincando na superfície lubrificada, e imaginando o mau como algo prazeroso. Sabia que aquilo era proibido, não me era permitida essa sensação, meu corpo era de Deus, mas eu a queria como minha verdadeira dona. Queria me entregar a ela, e ao me tocar só percebi que gostaria de estar fazendo isso nela... Mas continuei, já que me acariciar me fazia estar num mundo que só nós duas pertencíamos, continuei. Éramos nós duas, meu corpo e meus pensamentos, só eu e ela. Meus olhos pareciam pegar fogo, minha respiração falhava, eu suspirava loucamente me tocando, pensei em seus seios, na sua boca indecente, e em tudo que ela, só ela, poderia me oferecer. Meu prazer era imaginá-la perto, me querendo, suspirando meu cheiro, mordendo minhas orelhas, passeando em mim... me passeei com mais rapidez, meus movimentos estavam ficando mais brutos e ela ainda me tirava o fôlego. Fui mais rápido, as memórias estavam ficando mais prazerosas com meus movimentos repetidos, fui indo, indo, procurando em mim onde ela se encontrava. A procurei no meio do meu liquido e roupas e pernas suadas, a achei no momento em que meu corpo pareceu pegar fogo, quis gritar de amor.
Segurei firme pra não despencar. O maior prazer me acompanhou como uma dor imensa no momento seguinte. Ela foi embora e me trouxe a consciência. Percebi que não podia estar mais no convento nem mais um segundo.

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